A relevância de Deus foi perdendo terreno progressivamente. A começar com o  advento do Iluminismo e seus expoentes, como Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e  Immanuel Kant, todos do século 18. Eles não chegaram a negar a existência de  Deus, mas abraçaram o deísmo – "a crença num Deus que, como um grande  relojoeiro, criou um universo mecânico, deu-lhe corda e depois o deixou  entregue à própria sorte, permitindo que trabalhasse de acordo com as leis  naturais sem jamais nele intervir" (Tim Dowley). Nessa chamada "Era da Razão",  os intelectuais europeus estabeleceram a razão como árbitro derradeiro de todos  os assuntos, desbancando a Bíblia e a doutrina cristã. A fé se enfraquecia e a  razão se fortalecia.
    
    Mais tarde, no século  seguinte, William Gladstone, várias vezes primeiro ministro inglês, diria que  essa perda da fé religiosa era "a mais indizível calamidade que poderia  abater-se sobre um homem ou sobre a nação". Eugene Peterson, autor da mais  recente paráfrase da Bíblia, afirma categoricamente: "Se tirarmos Deus de cena,  substituindo-o por nosso próprio autorretrato cruamente delineado, trocaremos a  aspiração em ambição e acabaremos nos tornando arrogantes". Ele diz ainda que  "ser cristão significa aceitar Deus como nosso Criador e Redentor", pois Deus  "é a realidade central de toda a nossa existência".
      A verdade é que, mais cedo ou mais tarde, tudo vai desmoronar ao  redor de quem tira Deus de cena.
    E para sabermos bem o que é  desmoronamento – queda dramática de algo construído –, basta que nos lembremos  do desmoronamento da imponente estátua de Nabucodonosor. Ela foi derrubada,  despedaçada e tornada pó – pó que o vento levou sem deixar nenhum sinal (Dn  2.31-35).
    
    Outro exemplo bem mais  dramático é o desmoronamento dos dois edifícios mais altos do "World Trade  Center", em Nova York, ambos com 110 andares, que caíram em menos de 100  minutos, matando quase 3 mil pessoas (entre elas 658 funcionários de uma única  empresa).
    
    Quando Deus é  colocado fora de cena:
    
    • Perde-se o rumo e perguntas cruciais – quem sou? De onde vim? para onde vou?  – ficam sem resposta.
    
    • A vida termina com a morte somatopsíquica e não se pode ter a menor esperança  para o além-túmulo.
    
    • Jogam-se fora todas as esperanças cristãs até então acumuladas e guardadas,  como a ressurreição dos mortos, a morte da morte, a extinção do pecado, o reino  de justiça e paz pelo qual sempre ansiamos, a plenitude da glória de Deus e o  advento de novos céus e nova terra.
    
    • Tudo aquilo que sempre teve valor e era tratado com respeito é desprezado: a  Bíblia como a Palavra de Deus, o batismo, a Santa Ceia, o Natal, a Semana da  Paixão, a confissão, o perdão de pecados.
    
    • Perde-se o paradigma de  comportamento baseado no Decálogo e nas Escrituras, que prevê o relacionamento  da criatura com o Criador, com a criatura e com a criação.
      Se neste 2013, que desponta com o nascer do sol do dia primeiro de janeiro,  continuarmos a colocar Deus fora de cena, estaremos dando mais alguns passos em  direção ao inevitável desmoronamento de tudo que nos cerca. Só então  reconheceremos que tudo aquilo que inventamos para compensar a ausência de Deus  era como cisternas tão furadas que pareciam verdadeiras peneiras (Jr. 2.13).
    
    Quem sabe, tomaremos a decisão de viver 2013 sem tirar Deus de cena!
    
    Fonte: CREIO
    
    Por Litrazini
      
    Graça e Paz