| Reflexões Evangélicas | 
| O pecado socialmente aceitável Posted: 21 Jun 2013 08:03 PM PDT  Muitos cristãos hoje gostam de dizer que todos os  pecados são "iguais" aos olhos de Deus, que não há uma escala de pecados  menores ou piores, que uma mentirinha ou um homicídios são ambos o suficiente  para que Cristo precisasse morrer na cruz. Todos dizemos isso na teoria, mas na  prática, sabemos que uma mentirinha branca não vai te tirar da liderança da  igreja. E um homicídio provavelmente vai.   Na prática, há alguns pecados que são  socialmente aceitáveis, mesmo na igreja. Há um pecado em particular que tem  permeado nossa sociedade e nossas igrejas tão silenciosamente que nós raramente  prestamos atenção, que é a busca constante por mais, por além do que é  suficiente. Ou, usando uma palavra mais feia, o que nós chamamos de glutonaria.   Quando eu penso sobre glutonaria, eu penso em meu  desejo de devorar uma dúzia de rosquinhas, ajudando a descer com um copo de  achocolatado. Ou  talvez minha tendência de alimentar meu estômago com salgadinhos quando já nem  estou mais com fome. Muitos de nós podem olhar para o pecado da glutonaria e  pensar "não é bem com isso que eu luto" ou "que mal há nisso?". Afinal, a  maioria das congregações possuem pessoas que comem demais, e elas não são  consideradas "menos espirituais" ou "relapsas" por isso.   Mas a glutonaria não é meramente um  vício por comida. E se olharmos em sua definição e contexto originais, a  glutonaria se torna muito mais próxima das nossas vidas do que gostaríamos de  admitir.   Em sua forma mais básica, glutonaria é  o vício da alma no excesso. Ela ocorre quando o gosto domina sobre a fome,  quando o querer domina sobre o precisar. E em nossa sociedade, onde "crescer na  vida" é o mais comum dos ideais, muitas vezes é difícil distinguir uma  conquista merecida de um excesso indulgente. Nesse sentido, mesmo os mais  atléticos e musculosos entre nós podem ser glutões. Qualquer um de nós pode  ser.   Todo desejo por excesso provém de uma falta de  satisfação. Eu  não estou satisfeito com a minha porção – seja a porção no meu prato, no leito  matrimonial ou na minha conta bancária. Por não estar satisfeito com minha  porção, eu busco uma porção maior. Mas porque cada porção é uma parte finita de  um todo finito, estou constantemente buscando um excesso que nunca poderá  satisfazer.   Essa é a história de Gênesis 3. Qual  foi o pecado do Jardim do Éden, se não um desejo por excesso? Adão e Eva  receberam um paraíso para os olhos e para o paladar, em total ausência de  qualquer vergonha, mas o que fazia do jardim um paraíso não era nada disso. Ali  era um paraíso porque Deus andava na viração do dia com eles. Apesar disso, a  queda de Adão e Eva ocorreu porque eles consideraram que mesmo isso não era suficiente.  Eles não estavam contentes com sua porção no paraíso, e então foram em busca –  com consequências desastrosas – de mais.  E como eles, somos seres vorazes. Incorporamos desejos sem  fundo sempre à procura da próxima coisa atrativa. Nossos apetites são tão  fortes quanto a morte, nos diz Provérbios 27.20. Estamos sempre indo em busca  da próxima coisa que poderá satisfazer e aplacar nossa sede infinda. Essa  inclinação sem fim é o que move a glutonaria. É o que propulsiona nossas almas  sempre em direção ao excesso.   E mesmo assim, o desejo por "mais" não  é inerentemente mau, mas é quase sempre mal direcionado. O que nós precisamos é  de um apetite incansável pelo divino. Precisamos de uma santa voracidade.  Nossas carentes almas podem se voltar e serem capturadas por uma bondade  encontrada na presença do Deus todo glorioso. Há apenas uma fonte infinita de  satisfação que pode satisfazer nossos desejos sem fim.   Uma pequena prova de Sua graça suprema é o suficiente  para atrair um apetite há muito prisioneiro de porções menores. Se água roubada é doce,  graça abundante é ainda mais doce.   E há um efeito colateral estranho:  quanto mais bebemos do amor sem fim do Deus infinito, mais nossos gostos serão  transformados. A essência da graça vai permear cada vez mais fundo as almas  incansáveis dos mais carentes.   Na busca por porções menores, nosso paladar foi  anestesiado. Nos  tornamos dormentes para nossa fome real, nos enchendo com efemeridades. Mas  quando voltamos à fonte, nossos sentidos são renovados.   O Salmo 34.8 nos desafia a enxergar a  diferença: "Provai e vede que o SENHOR é  bom". Eu entendo que Paulo entendeu esse verso quando disse ao povo de  Listra que Deus dá fartura e alegria para que nossos corações se convertam de  coisas vãs e se voltem para a satisfação suprema em quem Deus é (Atos  14.15.17).   Consequentemente, se Deus ordenou que sua bondade seja  vista e provada (e, implicitamente, ouvida, cheirada e tocada), isso tem, pelo  menos, duas implicações diretas. Primeiro, isso significa que cada prazer e satisfação  finitos tem o objetivo de nos apontar para o prazer e a satisfação infinitos em  Deus. Minha admiração por um pôr-do-Sol não precisa, assim, parar no horizonte,  mas deve continuar e subir em adoração e gratidão. Em segundo lugar, isso  significa que se nosso desejo por "mais" for mal-direcionado, então certamente  ele pode ser redirecionado na direção certa.  O desejo pelo excesso é pecaminoso?  Depende de se a alma está buscando um excesso finito ou um excesso infinito.  Será que nós sequer pensamos vorazmente em Deus? Nos regozijamos nas chances de  gastar alguns minutos a mais em oração, afastados do mundo apenas para provar  mais uma vez do divino? Quando foi a última vez que ficamos compenetrados por  muito tempo nas páginas de uma Bíblia aberta por não conseguirmos parar de  admirar o sabor doce como o mel das verdades antigas? Se a Bíblia é a história  do único bem infinito, por que gastamos tanto de nossas vidas em banquetes tão  menores que ela?   Nós cristãos domamos nosso deleite em Deus de tal  forma que sequer imaginamos como seria viver sempre em busca dEle. Se satisfazer em Deus é  algo tão distante para a maioria de nós quanto um estômago vazio. Por que não  focamos nossas almas na única bondade que pode lidar com nossos desejos? Por  que corremos atrás dos efêmeros sabores do dinheiro, da comida e do sexo?   Como disse George MacDonald, "certas vezes eu acordo  e, eis, já esqueci". Dormir  é como um botão de reinício e minha fome muitas vezes é mal direcionada. Penso  ter fome do que é finito, mas minha necessidade real é Deus. Para nos  lembrarmos disso, precisamos provar profunda, constante e diariamente a bondade  de Deus. Então voltemo-nos e regozijemo-nos corretamente.   Jason Todd / Traduzido por Filipe Schulz | iPródigo   Por Litrazini   http://www.kairosministeriomissionario.com/   Graça e Paz | 
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